terça-feira, setembro 25, 2007

De viagem. Com destino ao Algarve. E com esperança de ainda aproveitar os últimos raios de sol deste Verão, agora sem confusões nem complicações. A meio do caminho o estômago começa a pedir um pouco de atenção. Sai-se da estrada principal, procura-se um restaurante qualquer. E já dentro da povoação lá estava um, de aspecto modesto e asseado. Estaciona-se o carro numa rua próxima, pequena e sem graça. Só brilha a placa com o nome: Rua José Carlos Ary dos Santos. O acaso levou-nos à eterna Vila Morena. Em jeito de homenagem, ao homem e às gentes alentejanas, ficam aqui as palavras do poeta.
"As Portas que Abril abriu"
Era uma vez um país onde entre o mar e a guerra vivia o mais infeliz dos povos à beira-terra. (...) Era uma vez um país de tal maneira explorado pelos consórcios fabris pelo mando acumulado pelas ideias nazis pelo dinheiro estragado pelo dobrar da cerviz pelo trabalho amarrado que até hoje já se diz que nos tempo do passado se chamava esse país Portugal suicidado. (...) Foi então que Abril abriu as portas da claridade e a nossa gente invadiu a sua própria cidade. Disse a primeira palavra na madrugada serena um poeta que cantava o povo é quem mais ordena. (...) Foi esta força viril de antes de quebrar que torcer que em vinte e cinco de Abril fez Portugal renascer. E em Lisboa capital dos novos mestres de Aviz o povo de Portugal deu o poder a quem quis.